Em Portugal está a criar-se uma ‘casa’ para startups de todo o mundo
A StartupToday é ela própria uma jovem empresa que tem como objetivo criar uma rede social onde outras startups podem mostrar-se: aos utilizadores, aos investidores ou aos meios de comunicação. A vinda do WebSummit para Portugal será importante para a afirmação deste projeto.
Não basta criar um bom produto ou um serviço inovador. Parte do sucesso das jovens empresas passa pela capacidade de mostrarem-se aos outros, pela forma como comunicam e posicionam os seus elementos diferenciadores.
Através das redes sociais
esta é uma tarefa relativamente fácil e que não envolve muitos custos. O
Facebook tem a maior audiência de todas com os seus 1,5 mil milhões de utilizadores. O LinkedIn é uma plataforma prioritária pois está mais focada na visão empresarial, sendo rei neste segmento.
Existem
também alternativas especializadas no ambiente empreendedor como a
AngelList, a Meetup e a Pitcheo. Então por que motivo a ideia da
StartupToday é diferente?
Agora
posiciona-se como uma rede social, mas a verdade é que a plataforma quer
evoluir para um ecossistema de empreendedorismo. “Há propostas muito
dispersas. Estamos a criar uma rede social que une muito do que está
disperso e é o que faz mais sentido para as startups”, contou o mentor
do projeto, Bruno Pereira, em conversa com o TeK.
Para
melhor servir o seu público-alvo, o empreendedor tem falado com jovens
empresas e já chegou a algumas conclusões. “A primeira lacuna é que
todos são entusiastas do empreendedorismo, mas conhecem pouco de outras
startups”, referiu.
Colocar as startups no
mapa é outro dos objetivos da plataforma, isto é, permitir a alguém
aceder à StartupToday e perceber rapidamente quantas, quais e onde estão
estas jovens empresas que tanto têm dado que falar.
Bruno
Pereira percebeu também que todo este entusiasmo em torno do
empreendedorismo acaba por colocar à margem as pessoas ‘comuns’, o que
não deve acontecer: estes são os prováveis utilizadores dos serviços que
estão a ser criados e é preciso ligar um ‘fio-terra’ com os
empreendedores.
Esta desmistificação é
crucial pois o criador da StartupToday considera que “as empresas às
vezes morrem por não ser conhecidas”.
Numa altura em que a plataforma ainda não tem duas
dezenas de empresas inscritas, sobressai o facto de já ter startups da
Dinamarca, Espanha, Reino Unido e Lituânia.
Até
ao final do ano Bruno Pereira prevê ter duas mil startups a usar a
plataforma social, número que para ser atingido vai contar com a
inegável onda positiva gerada pela realização do Web Summit em Portugal.
“Vão haver muitos encontros paralelos ao Web Summit, vamos aproveitar para fazer contactos”, concluiu.
Ainda de mangas arregaçadasA
StartupToday está neste momento numa fase embrionária e os internautas
que fizerem o registo na plataforma por interesse e curiosidade, isto é,
que não tenham propriamente uma startup, podem sentir um vazio de
conteúdos.
Esta é a próxima etapa do projeto.
Dentro de duas semanas vai ser lançada uma funcionalidade que permite às
jovens empresas terem um mural com publicações. Ao haver conteúdo
haverá motivo para os utilizadores voltarem, sendo esta uma componente
importante no conceito de rede social.
Depois
as restantes fases do projeto. Neste momento a StartupToday está a
preparar a produção de conteúdos próprios e está a fechar parcerias com
meios de comunicação para que a rede social tenha também uma componente
informativa.
A relação com os media é outro
dos elementos a ser explorado pela empresa de Bruno Pereira. Numa fase
posterior é de esperar que uma startup que não domine tão bem o campo da
comunicação recorra à ajuda da StartupToday para a criação de um
comunicado de imprensa, por exemplo. E os jornalistas que acederem à
plataforma vão encontrar press kits associados a cada jovem empresa, o que facilitará o contacto entre as partes se houver esse interesse.
A StartupToday
está ainda a trabalhar numa componente de recrutamento - empresas vão
poder contratar através da plataforma - e também de financiamento.
Através destas duas áreas a empresa espera gerar uma parte das suas
receitas, cobrando uma comissão pelas contratações realizadas e pelos
investimentos conseguidos através da plataforma.
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