quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Em Portugal está a criar-se uma ‘casa’ para startups de todo o mundo

 

A StartupToday é ela própria uma jovem empresa que tem como objetivo criar uma rede social onde outras startups podem mostrar-se: aos utilizadores, aos investidores ou aos meios de comunicação. A vinda do WebSummit para Portugal será importante para a afirmação deste projeto.


Não basta criar um bom produto ou um serviço inovador. Parte do sucesso das jovens empresas passa pela capacidade de mostrarem-se aos outros, pela forma como comunicam e posicionam os seus elementos diferenciadores.

Através das redes sociais esta é uma tarefa relativamente fácil e que não envolve muitos custos. O Facebook tem a maior audiência de todas com os seus 1,5 mil milhões de utilizadores. O LinkedIn é uma plataforma prioritária pois está mais focada na visão empresarial, sendo rei neste segmento.
Existem também alternativas especializadas no ambiente empreendedor como a AngelList, a Meetup e a Pitcheo. Então por que motivo a ideia da StartupToday é diferente?

Agora posiciona-se como uma rede social, mas a verdade é que a plataforma quer evoluir para um ecossistema de empreendedorismo. “Há propostas muito dispersas. Estamos a criar uma rede social que une muito do que está disperso e é o que faz mais sentido para as startups”, contou o mentor do projeto, Bruno Pereira, em conversa com o TeK.

Para melhor servir o seu público-alvo, o empreendedor tem falado com jovens empresas e já chegou a algumas conclusões. “A primeira lacuna é que todos são entusiastas do empreendedorismo, mas conhecem pouco de outras startups”, referiu.

Colocar as startups no mapa é outro dos objetivos da plataforma, isto é, permitir a alguém aceder à StartupToday e perceber rapidamente quantas, quais e onde estão estas jovens empresas que tanto têm dado que falar.

Bruno Pereira percebeu também que todo este entusiasmo em torno do empreendedorismo acaba por colocar à margem as pessoas ‘comuns’, o que não deve acontecer: estes são os prováveis utilizadores dos serviços que estão a ser criados e é preciso ligar um ‘fio-terra’ com os empreendedores.

Esta desmistificação é crucial pois o criador da StartupToday considera que “as empresas às vezes morrem por não ser conhecidas”.

Numa altura em que a plataforma ainda não tem duas dezenas de empresas inscritas, sobressai o facto de já ter startups da Dinamarca, Espanha, Reino Unido e Lituânia.

Até ao final do ano Bruno Pereira prevê ter duas mil startups a usar a plataforma social, número que para ser atingido vai contar com a inegável onda positiva gerada pela realização do Web Summit em Portugal.
“Vão haver muitos encontros paralelos ao Web Summit, vamos aproveitar para fazer contactos”, concluiu.
Ainda de mangas arregaçadasA StartupToday está neste momento numa fase embrionária e os internautas que fizerem o registo na plataforma por interesse e curiosidade, isto é, que não tenham propriamente uma startup, podem sentir um vazio de conteúdos.

Esta é a próxima etapa do projeto. Dentro de duas semanas vai ser lançada uma funcionalidade que permite às jovens empresas terem um mural com publicações. Ao haver conteúdo haverá motivo para os utilizadores voltarem, sendo esta uma componente importante no conceito de rede social.

Depois as restantes fases do projeto. Neste momento a StartupToday está a preparar a produção de conteúdos próprios e está a fechar parcerias com meios de comunicação para que a rede social tenha também uma componente informativa.

A relação com os media é outro dos elementos a ser explorado pela empresa de Bruno Pereira. Numa fase posterior é de esperar que uma startup que não domine tão bem o campo da comunicação recorra à ajuda da StartupToday para a criação de um comunicado de imprensa, por exemplo. E os jornalistas que acederem à plataforma vão encontrar press kits associados a cada jovem empresa, o que facilitará o contacto entre as partes se houver esse interesse.

A StartupToday está ainda a trabalhar numa componente de recrutamento - empresas vão poder contratar através da plataforma - e também de financiamento. Através destas duas áreas a empresa espera gerar uma parte das suas receitas, cobrando uma comissão pelas contratações realizadas e pelos investimentos conseguidos através da plataforma.
 

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