segunda-feira, 16 de maio de 2016

Aprender a ser empresário 

De norte a sul do país há uma vaga de crianças e jovens que estão a ser chamados para o empreendedorismo. São mais de 300 mil os que já contactaram com as metodologias que ensinam a criar negócios e a trabalhar por conta própria

Chama-se Pão Alão, inspirado na lenda de um cão que se chamava Alão e que terá dado origem ao nome Alenquer, e tem plano de negócios. O milho vai ser semeado, colhido, moído e o processo de fabrico está a ser desenhado em parceria com agricultores, moleiros e padarias.

O financiamento do projeto baseia-se na venda de pequenos moinhos feitos a partir de materiais reciclados... a colegas, professores, pais e escolas do agrupamento. Falta explicar, pois, que este é um projeto que está a ser desenvolvido por alunos dos 2.º e 3.º anos da Escola Básica de Santana da Carnota, no concelho de Alenquer.

As receitas da venda dos moinhos servirão para comprar farinha, que será depois transformada em pão em três padarias locais. O dito pão, de milho e trigo, terá a forma de um cão (o da lenda do Alão), com passas e pepitas de chocolate. Será vendido em supermercados da comunidade e aos pais dos alunos e as receitas já têm destino. Uma parte será doada a uma instituição de solidariedade, outra servirá para comprar jogos para os tempos livres na escola e outra ainda para guardar (poupar).

Foram estas as sugestões dos pequenos empresários que estão a desenvolver o projeto, orientados pela professora Cláudia Miranda, que tem o sonho de ver o Pão Alão à venda.

Este é um dos cerca de 60 projetos, de um total de 600 alunos, que serão apresentados entre 17 e 22 de maio na Feira de Empreendedorismo Jovem de Alenquer. “O empreendedorismo é estratégico no município”, afirma Paulo Franco, vereador da Câmara Municipal de Alenquer. Só no 1.º ciclo há quatro agrupamentos no concelho, com cerca de 160 alunos, a trabalhar o empreendedorismo este ano (e mais 430 do 6.º ao 12.º anos), através de uma parceria com a Associação Industrial Portuguesa (AIP). Através dos Ateliers Empreender Criança, no ensino básico, e da Academia Empreender Jovem, no ensino secundário (incluindo técnico-profissional), a AIP tem sido uma das mais ativas promotoras na introdução ao empreendedorismo nas escolas. “No ensino básico é comum aparecerem ideias que assentam muito em produtos endógenos da região onde os alunos vivem (compotas, ervas aromáticas, bolachas caseiras, frutos secos), mas no ensino secundário são concebidos projetos muito interessantes ligados à reciclagem, produtos biológicos, novas tecnologias e tendências de moda”, descreve José Eduardo Carvalho, presidente da AIP.

Os projetos arrancam com uma sessão com os professores que desenvolvem as atividades em ambiente de sala de aula. “Nesta sessão, os docentes ficam a conhecer a metodologia que devem seguir para a concretização com sucesso dos objetivos do projeto, bem como os instrumentos associados às atividades, que incluem, entre outros, manuais, jogos, storytellings, quizz e recursos DIY (Do It Yourself)”, explica José Eduardo Carvalho. A grande mais-valia, acrescenta, é que, uma vez adotados os instrumentos numa escola, esta fica “apta, nos anos seguintes, a voltar a implementar as atividades praticamente de forma autónoma”. De resto, “são projetos que reúnem uma elevada capacidade de adaptação ao sistema educativo e podem ser complementados por outros a que as escolas possam já ter aderido”, adianta.

Este ano, por exemplo, os Ateliers Empreender Criança e a Academia Empreender Jovem decorrem associados à iniciativa Portugal Sou Eu, sob o lema “Gerar ideias a pensar português”, em 76 escolas, predominantemente das regiões Norte e Centro do país. Recorde-se que o programa Portugal Sou Eu, lançado em 2012 pelo governo, tem o objetivo de melhorar a competitividade das empresas portuguesas, promover o equilíbrio da balança comercial, combater o desemprego e contribuir para o crescimento sustentado da economia. Até ao momento, estão qualificados com o Selo Portugal Sou

Eu mais de 3500 produtos, que, no seu conjunto, representam um volume de negócios agregado superior a 3,1 mil milhões de euros. Nas escolas, o propósito é explicar e transmitir a toda a comunidade escolar, mas em especial aos cerca de três mil alunos envolvidos, conceitos de incorporação nacional que resultem na elaboração de projetos empreendedores.

“O impacto mais determinante tem a ver com o facto de se estar a trabalhar com um público que representa a geração do amanhã e que se encontra numa fase determinante da sua formação enquanto pessoa. Considera-se que a introdução, nesta fase, de novos conceitos e metodologias de trabalho e, por outro lado, a promoção de competências pessoais e técnicas de empreendedorismo irão contribuir para o crescimento destes alunos e para uma maior preparação para os desafios que uma sociedade cada vez mais competitiva e em constante mutação lhes irá apresentar”, remata o presidente da AIP.

O que mudou em 10 anos
De acordo com informação cedida à EXAME pelo Ministério da Educação, foi a partir de 2006 que se passou a imprimir “uma particular atenção ao desenvolvimento de iniciativas integradoras e sistémicas junto das escolas, através da promoção do Projeto Nacional de Educação para o Empreendedorismo - PNEE (integrado no projeto educativo das escolas que a ele aderiram entre 2006 e 2009)”. Objetivos? “Fomentar a apropriação social do espírito e da cultura empreendedora, promover a educação para o empreendedorismo desde os primeiros anos de escolaridade, contribuir para a criação de ambientes de aprendizagem motivadores, gratificantes e exigentes em contextos formais e não formais.”

Na altura, recorda Francisco Banha, CEO da GesEntrepreneur, uma das primeiras entidades dedicadas à educação e formação em empreendedorismo em Portugal, “estávamos perante um ambiente macroeconómico que se caracterizava pela necessidade de trabalhadores qualificados, pelo que a educação visava basicamente a preparação dos jovens tendo em vista o desempenho de funções por conta de outrem”.

Mais tarde, “a emergência da crise financeira mundial e o seu impacto brutal no modelo organizacional em que assenta a economia ocidental, que levou à destruição massiva de postos de trabalho, fez com que, infelizmente, o termo ‘empreendedorismo’ passasse a ser demasiadas vezes utilizado com uma conotação negativa e associada a uma receita milagrosa para os ‘males’ do desemprego através da criação do próprio negócio”, sublinha.

A missão da GesEntrepreneur tem sido, assim, “incutir nas crianças e jovens uma cultura empreendedora assente no desenvolvimento de competências que certamente os irão preparar para serem cidadãos ativos e socialmente integrados e participativos”. Como? Através da capacitação de recursos (com apoio e formação aos professores), aulas de empreendedorismo, desenvolvimento de projetos e concursos de ideias.

As crianças do 1.º ciclo que participam no programa, com conteúdos pedagógicos adequados ao seu nível escolar, apresentam os resultados do seu trabalho “à comunidade através de um momento particularmente entusiasmante, a que damos o nome de Feira Empreendedora do Gaspar”, conta Francisco Banha. O Gaspar é um personagem que “assume a representação física do empreendedorismo e através do qual damos forma e animação a um conceito complexo e inibidor para os alunos”, explica.

Este ano letivo, a GesEntrepreneur tem desenvolvido o seu projeto em mais de 200 agrupamentos de escolas a nível nacional, abrangendo cerca de 500 professores e 16 mil alunos. Nos concursos de ideias “prevemos ter mais de 750 ideias por todo o país, sendo que algumas delas (principalmente no ensino profissional) acabam por ter, a exemplo de anos anteriores, algumas probabilidades de serem implementadas. A título de curiosidade, refira-se que na primeira edição do Shark Thank português já tivemos dois projetos, oriundos dos Projetos Escolas Empreendedoras de Viseu Dão Lafões e dos Açores, alvo de financiamento por parte dos investidores”.

Não se nasce empreendedor
Acreditar que podem ser o que quiserem quando crescerem é uma vantagem de trabalhar o empreendedorismo, defende Erica Nascimento, CEO da Junior Achievement (JA) Portugal. “Os programas da JA dão-lhes razão, formando-os com as ferramentas necessárias para fazerem a diferença num futuro próximo.” A empresa atua em Portugal desde 2005 – nos Estados Unidos desde 1919, é a maior e a mais antiga organização mundial educativa sem fins lucrativos que promove o empreendedorismo – e oferece programas desde o ensino básico ao universitário, para alunos dos 6 aos 30 anos.

“Acreditamos que não se nasce empreendedor, aprende-se a sê-lo”, afirma a responsável. O objetivo dos programas da JA é desenvolver nos alunos competências de resolução de problemas, criatividade, iniciativa, trabalho em equipa, organização, cidadania, responsabilidade pessoal, capacidade digital e visão de como funcionam as organizações. “Através do princípio de learning by doing, os alunos erram, repetem, falham de novo, e assim aprendem. Interagem com as comunidades à volta das escolas e colocam as suas ideias em prática”, descreve Erica Nascimento. “Os professores dizem que o relacionamento entre os alunos melhora, que mostram mais interesse pela escola e são mais responsáveis pelos projetos em que se envolvem.”

Para a JA, os primeiros anos escolares são cruciais para o percurso académico dos alunos. É nesta fase que mais têm “vontade de descobrir, explorar e experimentar”. É no início de cada ano, no segundo período letivo, que arrancam os programas do ensino básico da Junior Achievement Portugal, onde desenvolvem competências como a gestão do tempo, o gosto pelo risco, responsabilidade, cidadania, ética e trabalho em equipa. “Competências que, independentemente do percurso profissional futuro destes alunos, serão características diferenciadoras no mercado de trabalho”, sublinha Erica Nascimento.

No programa A Empresa, por exemplo, os alunos desenvolvem ao longo de um ano letivo uma ideia de negócio, com o apoio de voluntários e professores, passando pelas várias etapas da criação de um negócio – desde o brainstorming inicial para a criação de uma ideia inovadora ao estudo de mercado, plano de negócio, às vendas e, por fim, a liquidação. As miniempresas são ainda sujeitas a vários momentos de avaliação ao longo do ano letivo. Em abril, “organizamos sete Feiras Ilimitadas Regionais (Lisboa, Coimbra, Porto, Vila Real, Cascais, Évora e Faro), que são a primeira oportunidade que os alunos têm para expor as suas ideias e receber feedback do público. Ali são apuradas as 25 equipas que vão à final. Em maio realiza-se a competição nacional, onde estão presentes as melhores 25 miniempresas criadas durante o ano em todo o país – a vencedora representa Portugal numa competição europeia do mesmo programa, promovida pela JA Europe, este ano em Lucerna, na Suíça”, descreve a responsável.

No programa Braço Direito, Um Dia no Teu Futuro, os alunos têm contacto com a realidade empresarial de uma empresa associada, passando um dia de trabalho com um voluntário, que o introduz e apresenta à realidade da sua organização e das suas funções. A primeira edição realizou-se durante a Semana Global do Empreendedorismo, em novembro de 2015, e a segunda em março deste ano. No total das duas edições, cerca de 500 alunos passaram o dia com 500 voluntários nas suas organizações.

“Uma das características da nossa organização é aproximar dois mundos tipicamente afastados: o das empresas e o da educação, fazer a ponte entre a teoria e a prática, entre o sector público e o privado”, afirma Erica Nascimento. “Prova de que as organizações e a educação não comunicam de forma eficiente é o facto de milhões de jovens terem um grau universitário na Europa e 39% das empresas terem dificuldade em encontrar as pessoas com as competências certas que procuram.”

Este ano, em parceria com o Laboratório de Investimento Social, a JA desenvolveu um estudo para medir o impacto e as transformações sentidas pelos alunos que fizeram um ou mais programas nos últimos 10 anos. “Os alunos dizem que desenvolvem competências como a criatividade, a capacidade de ultrapassar obstáculos, de lidar com a incerteza, de definir novas estratégias, de avaliar o potencial de uma ideia, de criação de um negócio, de falar em público, de trabalho em equipa ou a abertura para sair da zona de conforto. E dois terços dos jovens dizem colocar em prática conhecimentos adquiridos com a JA todos os dias”, refere Erica Nascimento. “Seguimos orientações da Comissão Europeia, que recomenda, por exemplo, que todas as crianças e jovens tenham, pelo menos, três experiências de educação para o empreendedorismo ao longo do seu percurso académico.”

Manual para mudar o mundo
Da Europa vem também o reconhecimento por um projeto português, em Campo Maior. O manual Ter ideias para mudar o mundo, direcionado para um público dos 3 aos 12 anos de idade (há já um segundo direcionado a jovens com mais de 12 anos), foi reconhecido como uma boa prática pela Comissão Europeia e um modelo a replicar pelas escolas na Europa. Foi também considerado um dos 20 projetos mais inspiradores pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

O manual é um projeto que se baseia na metodologia educativa desenvolvida no Centro Educativo Alice Nabeiro, da Coração Delta, associação de solidariedade social do Grupo Nabeiro. O centro educativo de Campo Maior é promotor da metodologia de treino de competências empreendedoras para crianças dos 3 aos 12 anos, aberta a outras entidades públicas e privadas. De acordo com as informações cedidas à EXAME pelo Grupo Nabeiro, estão em curso várias formações no país, com destaque para a região do Vale do Ave.

No município de Vila Nova de Famalicão, por exemplo, já há projetos em curso. E na região de Beja, com suporte do Politécnico de Beja, a formação de professores também está numa “fase avançada. Noutras regiões do território temos exemplos de escolas que continuam a implementar a estratégia após a formação inicial, como é o caso do Norte Alentejano, Alentejo Central, Ribatejo e ainda Beira Interior.

Destacamos ainda a participação do Centro Educativo Alice Nabeiro no projeto ERASMUS+ (novo programa da União Europeia para a educação, formação, juventude e desporto para o período de 2014‑2020), que representa Portugal ao lado de Itália, Espanha, Bulgária e Polónia.
Outro projeto mais recente é o The Inventors, que nasceu no final de 2015 com foco na tecnologia, com o “objetivo de inspirar miúdos e graúdos para o mundo da criação”, afirma Manuel Câmara, responsável pela iniciativa. “Queremos inspirar o maior número de pessoas a criar, sejam novos produtos, software ou até mesmo um robô para entreter o animal de estimação em casa. Desmistificamos a tecnologia e mostramos o quão acessível e divertido é o caminho”, explica.

O The Inventors parte da premissa de que as ferramentas tecnológicas hoje disponíveis permitem a qualquer pessoa dar vida às suas ideias, e é nesse caminho que procura motivar os seus jovens alunos. “Qualquer um é capaz de se aventurar e seguir no mesmo caminho de Steve Jobs, Bill Gates e Elon Musks no mundo. Basta desmistificar as ferramentas e tecnologias e criar a motivação para se aventurar – e é isso que fazemos com o nosso programa escolar”, acredita Manuel Câmara. “As nossas aulas, workshops e kits exploram programação, eletrónica, design e animação”, mas também “respondem a uma necessidade de desmistificar a tecnologia e motivar os alunos a explorarem competências nas áreas CTEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), para as quais se estima que em 2020 faltarão em Portugal cerca de 100 mil profissionais”, sublinha o responsável.

O The Inventors está já a promover aulas extracurriculares em 11 escolas na região de Lisboa e promete lançar em breve kits educativos com base nessas experiências. “Alguns dos nossos kits e workshops irão estar presentes no LoureShopping, de março a junho, e no Gaia Shopping, a partir de agosto.”

O programa escolar The Inventors pretende promover o empreendedorismo em três frentes: desenvolver as competências CTEM necessárias para a concretização de ideias de novos produtos ou serviços, estimular nos alunos autoconfiança e uma atitude destemida perante os desafios e despertar a paixão pela criação e desenvolvimento de projetos. “Desenvolvendo projetos de eletrónica, programação e robótica, introduzimos os nossos alunos no mundo da prototipagem rápida e do desenvolvimento de produto. Confirmamos que este estímulo surte efeito quando vemos que eles chegam a casa e refazem as criações desenvolvidas em aulas (hacking). Este é o primeiro passo para o desenvolvimento de algo novo. E esta é a base para se entrar na ‘nova revolução industrial’”, acredita Manuel Câmara.

Prémio para jovens engenheiros
Para promover o gosto pelo empreendedorismo, sobretudo nas áreas da engenharia e da ciência, em jovens estudantes, a COTEC Portugal lançou o Prémio Portugal, País de Excelência em Engenharia, destinado a alunos e professores do 3.º ciclo do ensino básico (7.º, 8.º e 9.º anos de escolaridade). “É ponto assente que o empreendedorismo se aprende, se desenvolve”, afirma o presidente da COTEC. Para Francisco Lacerda, “quanto mais cedo se apreender e fizer parte integrante da formação de um jovem, mais esse jovem contribuirá de forma decisiva para o processo de criação de uma economia dinâmica e competitiva”.

O prémio da COTEC, cujo concurso está a decorrer, pede aos alunos que identifiquem uma dificuldade real e que, através de conceitos de engenharia, ciência ou computação, desenvolvam um protótipo que responda ao problema detetado. “Acima de tudo, pretendemos que os estudantes portugueses ganhem, desde idades mais jovens, o gosto pelas ciências e engenharia. Que convivam mais com conceitos tecnológicos, muito mais fáceis de assimilar e apreender em idades precoces, para que o nosso país desfrute do contexto ideal ao florescimento de profissionais de futuro ligados a áreas científicas”, adianta Francisco Lacerda. Porque quem não semeia não colhe.

NÚMEROS

4000
alunos, 184 professores, 34 escolas do ensino básico (1.º e 2.º ciclos) e 33 do ensino secundário estão envolvidos no projeto Youth Start - Entrepreneurial Challenges, o maior projeto europeu em educação em empreendedorismo construído em colaboração com os Ministérios da Educação e autoridades públicas de Portugal, Áustria, Eslovénia e Luxemburgo. O projeto tem a duração de três anos (de janeiro de 2015 a dezembro de 2017)

180
é o número de agentes educativos (e 2800 alunos) a que o manual Ter ideias para mudar o mundo, do Centro Educativo Alice Nabeiro (Grupo Delta), chegou em oito anos
200
é o número de alunos com idades entre os 8 e os 16 anos, em 11 escolas da Região da Grande Lisboa, que o recém- -lançado projeto The Inventors já conquistou, com base em eletrónica, programação e robótica
12.000
euros é o valor do primeiro prémio Portugal, País de Excelência em Engenharia (o segundo lugar recebe seis mil euros e o terceiro dois mil), promovido pela COTEC Portugal. O concurso está aberto a todas as escolas do 3.º ciclo do ensino básico e pretende promover o gosto pela engenharia e ciência nos jovens

 

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