quinta-feira, 5 de maio de 2016

Lisboa vai lançar a “Boaboa” para financiar ideias


Capital vai criar plataforma de crowdfunding dirigida a empreendedores e munícipes que queiram desenvolver projetos para a cidade.

A Câmara de Lisboa vai lançar, juntamente com outros parceiros, uma plataforma de crowdfunding dirigida aos empreendedores que querem testar produtos ou serviços e aos munícipes que têm ideias para os seus bairros, foi anunciado nesta terça-feira.

Intitulada “Boaboa”, a plataforma de campanhas de angariação de fundos visa “dar resposta dentro do próprio ecossistema da cidade de Lisboa a todos os empreendedores” que querem avaliar a adesão do mercado, mas, “acima de tudo, vem desafiar as pessoas a desenvolverem projecto para a cidade”, segundo o vice-presidente do município, Duarte Cordeiro (PS).

O autarca revelou que este instrumento surgiu “na perspectiva que a Câmara Municipal tem de criar uma linha de produção para apoiar o nascimento de mais conceitos, de mais ideias e de mais empresas”.

Na sua óptica, a ferramenta também se encaixa “nos mecanismos de participação da Câmara, como o Orçamento Participativo e o BIP/ZIP”, este último destinado a criar projectos para o Bairros e Zonas de Intervenção Prioritária.

Isto porque, de acordo com Duarte Cordeiro, o projecto poderá estar interligado com outros instrumentos de participação do município: “Estes são espaços em que as pessoas fazem candidaturas para melhorar uma zona da cidade ou para desenvolver um projecto em particular para o seu bairro e ocrowdfunding também se encaixa aí”.

“Estamos convencidos de que vai ter muita procura”, sustentou.

A plataforma “Boaboa”, que será lançada na sexta-feira nos Paços do Concelho, é desenvolvida pela Startup Lisboa, em parceria com a Câmara, a PPL Crowdfunding Portugal, da Fundação Calouste Gulbenkian e do Montepio.

Ainda assim, “não é toda a gente que quer ter um projecto de crowdfundingque consegue”, alertou Duarte Cordeiro, explicando que, para haver campanhas de angariação de fundos, terá de haver uma análise prévia.

Acresce que “os projectos têm de ter um mínimo de viabilidade”, de forma a não criar problemas de expectativas de produção e sobre o amadurecimento da ideia, apontou.

Duarte Cordeiro avançou que a autarquia está ainda à procura de “espaços comerciais físicos” para os empreendedores testarem as suas ideias.

Já garantida é a reconversão do edifício da Manutenção Militar, uma antiga fábrica do Exército localizada junto ao rio, no Beato, que irá acolher incubadoras de empresas e residências para empreendedores de todo o mundo.

Sobre esta questão, o vice-presidente do município afirmou que o objectivo é “dar resposta à procura que a cidade tem tido para novos espaços de incubação”, na área tecnológica e criativa, pelo que a Câmara está a “desenhar um programa para o espaço” que inclua também restauração.

Duarte Cordeiro falava aos jornalistas nos Paços do Concelho, onde apresentou o relatório final das actividades desenvolvidas em 2015, ano em que Lisboa foi Capital Europeia do Empreendedorismo.

Nesse documento, feito pela autarquia e que será remetido ao Comité das Regiões, explica-se que houve uma “visão política para transformar Lisboa numa das cidades mais competitividades, inovadoras e criativas da Europa”, razão pela qual foram adoptadas práticas de trabalho em rede, de abertura ao investimento e, ainda, de atracção de empresas capazes de gerar emprego.

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